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Ana Maria Cabral e as memórias de Amílcar Cabral [2/2]

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Sinopse

Cabo Verde assinalou, no dia 12 de Setembro, o centenário do nascimento de Amílcar Cabral. Ana Maria Cabral, viúva de Amílcar Cabral, afirma não ter havido justiça quanto à morte do marido e defende ser necessário que as antigas potências assumam a responsabilidade pelos erros do passado. RFI: Como é que era um ambiente em casa durante os momentos mais tensos da luta? Vocês falavam sobre os acontecimentos diários ou tentavam separar o lado político da vida familiar?Ana Maria Cabral: Falávamos sobre tudo, com os nossos filhos tinha que ser uma linguagem mais adaptada para que eles entendessem. Eles tiveram uma grande experiência; por exemplo, a 22 Novembro de 1970, se a memória não me falha, os colonialistas resolveram atacar Conacri. Bombardearam a nossa casa e não morremos, eu e os meus filhos, por um acaso porque a casa foi mesmo atingida. Tínhamos uns vizinhos, uma família da ex-Jugoslávia, que um dos filhos apanhou com uma bomba que conseguiu separar-lhe a cabeça. Vinha a correr, a sair do quarto -assusto