Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

O registro de chuvas nas regiões cafeeiras do Brasil representou um grande alívio aos cafeicultores. Ainda que os cafezais sejam resistentes às altas temperaturas, a longa estiagem poderia representar perdas expressivas na próxima safra. O economista Haroldo Bonfá, da Pharos Consultoria, analisa as condições das lavouras brasileiras, mas ressalta que ainda é necessário esperar o pegamento da florada.

A Câmara dos Deputados finalizou a votação do projeto de lei (PL 5010/13) que estabelece normas para a clonagem de animais voltados para a pesquisa e a pecuária. A proposta, apresentada pela ex-senadora Kátia Abreu, já havia recebido aprovação do Senado e abrange diversas espécies.

A valorização dos preços do boi tem sido o principal destaque no mercado pecuário durante o mês de outubro. A arroba do boi gordo segue na casa dos 300 reais. Vlamir Brandalizze explica que a oferta de animais é limitada e tem potencializado os preços. As carnes de frango e suína, por suas vezes, apresentam boa demanda e aceitação do consumidor no mercado doméstico.

Informações do 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última sexta-feira (18/10/2024), apontam que houve um movimento de queda nos preços da batata, da cebola e da cenoura na maior parte das centrais de abastecimento pesquisadas. Já o alface e o tomate apresentaram um leve movimento de alta nos preços.

Os estoques de feijão até a colheita da próxima safra são limitados, o que refletiria em um movimento de alta para o mercado. Porém, isso não tem acontecido. Vlamir Brandalizze explica que há uma acomodação no varejo e as reposições ainda não vieram com intensidade. Enquanto isso, os preços para a saca do carioca continuam na casa dos R$200 a R$260.

Os esperados reajustes para o mercado do arroz ainda não aconteceram. O setor varejista alega que o consumo está baixo e a mercadoria está parada nas gôndolas. Vlamir Brandalizze comenta que a alternativa para o momento será atrair o consumidor com promoções para o saco de cinco quilos. Marcas nobres já são encontradas abaixo dos 30 reais.

O mercado do trigo em Chicago segue em baixa, com poucos negócios sendo registrados. No entanto, a tendência é de recuperação para o setor. Vlamir Brandalizze destaca que além da produção mundial que será limitada, a Rússia irá limitar a exportação, o que tornará a oferta ainda mais apertada.

O registro de chuvas pelo Brasil trouxe maior umidade para o solo e promoveu a intensificação do plantio do milho pelo país. Há a expectativa por uma boa safra e alguns fatores a nível mundial estão na mira dos produtores. Vlamir Brandalizze chama a atenção para as compras intensas por parte do México e para a perda de área na Argentina. Por lá, a incidência da cigarrinha fez com que os argentinos trocassem o cereal pela soja.

O avanço do plantio da soja no Brasil, bem como a intensificação da colheita nos Estados Unidos trouxeram uma tendência baixista para o mercado. Com isso, o spot em Chicago ficou abaixo dos 10 dólares/bushel. Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, destaca que o ponto positivo da semana foi em relação aos prêmios. Eles estão nos melhores patamares, em meses, para os contratos de 2025.

Apesar de ter fechado a semana de 14 a 18 de outubro com ligeira alta, o mercado do café recebeu fatores de baixa nos últimos dias. As chuvas, celebradas pelos cafeicultores, provocaram queda nas cotações. Joãozinho Grafista também destaca outros dois fundamentos baixistas: a alta no índice do dólar e o aumento dos estoques certificados, que já ultrapassaram as 800 mil sacas.

Para auxiliar o produtor rural a se adequar à legislação de proteção da vegetação nativa (conhecida como novo código florestal) a Embrapa apresentou duas publicações que podem orientá-lo tanto como conseguir sementes, quanto a produzir mudas. Essas são duas grandes preocupações dos produtores rurais.

Já a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou proposta (PL 752/23) que aumenta as penas para crimes contra a fauna. O texto também detalha o que seriam maus-tratos e abuso, e enquadra o crime de crueldade. O projeto é do deputado Bruno Ganem (Podemos-SP), e muda a Lei de Crimes Ambientais.

O Governo Federal enviou ao Congresso Nacional o projeto que aumenta as penas para os crimes ambientais. No caso de incêndio intencional em florestas e de destruição de unidades de conservação, a punição será de 3 a 6 anos de reclusão. Apesar de elogiar a iniciativa, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) defendeu a votação de propostas já apresentadas, a exemplo de uma dele que torna esses delitos em crime hediondo e com a expropriação da terra quando for comprovada a intencionalidade (PL 3589/2024). Já o senador Jaime Bagattoli (PL-Rondônia) defendeu cautela ao afirmar que os produtores rurais não podem ser considerados criminosos porque são os primeiros a preservarem as áreas de plantio. Hérica Cristian tem as informações direto da Rádio Senado.

Foi sancionada pelo Governo Federal a Lei 14.993, de 2024, que estabelece diretrizes para a política de incentivos à produção e ao uso dos biocombustíveis. De origem da Câmara dos Deputados, o projeto passou pelas Comissões de Infraestrutura (CI) e de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O relator, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), destacou a importância da lei para a redução das emissões de gases de efeito estufa e o estímulo a um modelo energético mais sustentável para o país.

A Comissão de Infraestrutura do Senado debateu a descarbonização do transporte marítimo. Uma decisão tomada em 2023 pela IMO, agência da ONU que regulamenta os padrões de proteção e segurança no transporte marítimo mundial, pretende zerar as emissões de gases de efeito estufa do setor até 2050. Flavio Mathuiy, da IMO, explicou que o Brasil deve elaborar um plano nacional de transição que, segundo Bruna Roncel, do Ministério de Portos e Aeroportos, existe hoje apenas de forma dispersa em iniciativas isoladas. C

PIB do Agronegócio mantém queda no segundo trimestre, acumulando recuo de 3,5% em 2024 (4’45)O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), recuou 1,28% no segundo trimestre de 2024, acumulando queda de 3,5% no ano.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) anunciou os classificados para a segunda fase do 21º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais. Um total de 253 amostras avançaram, todas com pontuação superior a 85 pontos (de um máximo de 100), de acordo com as diretrizes da Associação de Cafés Especiais, uma importante entidade internacional do setor.

O uso de práticas sustentáveis na produção de leite e na criação de gado são fundamentais para se ter bons resultados na pecuária leiteira. Um bom exemplo é na Zona da Mata Mineira. Por lá, ações que contam com o apoio da Emater, incluem capacitação dos produtores e incentivo a adoção de técnicas avançadas no manejo do gado e do leite, promovendo a qualidade do queijo e a sustentabilidade.

Segundo dados do IBGE, o Brasil captou formalmente 5,8 bilhões de litros no 2º trimestre de 2024, o que equivale a uma alta de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em Minas Gerais, maior estado produtor, a alta chegou a 7,1%, com 1,42 bilhões de litros captados, representando 24,4% da captação nacional.

A primeira previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de grãos da temporada 2024/2025 indica uma produção de 322,47 milhões de toneladas. Esse volume representa um aumento de 8,3% em relação à safra de 2023/24, estabelecendo um novo recorde na série histórica, caso os números se confirmem até o final do ano agrícola. As informações foram divulgadas pela Companhia na última terça-feira (15), durante a apresentação do 1º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25.