Mundo Sem Muros

A tragédia repete-se nos Estados Unidos, mais um massacre desta vez numa escola. Na semana passada falamos de um outro com outras motivações mas também com o seu cortejo de morte.

Houve mais um ataque em nome do ódio, desta vez em Buffalo nos EUA: 13 pessoas foram alvejadas, 10 morreram, quase todas negras.

A Finlândia anunciou que vai pedir a adesão à NATO e a Sécia pretende ir pelo mesmo caminho, algo que era previsível desde a ofensiva russa na Ucrânia.

As sondagens desta vez não se engaram, o eleitorado britânico penalizou os conservadores nas eleições locais em Inglaterra, País de Gales e Escócia.

A retórica de uma terceira guerra mundial voltou a surgir com Putin ameaçar contra-ataques com os seus novos mísseis supersónicos a quem crie ameaças à Rússia. Foi uma das respostas de Moscovo ao encontro de Ramstein na Alemanha, onde estiveram representantes de mais de 40 países da aliança ocidental.

As eleições francesas arriscam a pôr a UE numa encruzilhada. Pela primeira vez uma candidata de extrema direita pode tornar-se Presidente da República e com ela o futuro do projeto europeu fica claramente em causa.

As imagens espalham o horror, civis executados a tiro alguns com as mãos atrás das costas, corpos carbonizados e repletos de balas, cadáveres em valas comuns,

Vladimir Putin concretizou a ameaça: a compra de gás russo terá agora que ser feita através do pagamento em rublos e não mais em dólares ou euros, apesar dos contratos assinados assim o estipularem.

Uma maratona diplomática raramente vista: Cimeira Extraordinária da NATO, Reunião do G7, Cimeira Europeia. Iniciativas a tentar manter a unidade ocidental face ao desafio de Putin, a sua guerra contra a Ucrânia.

A guerra no leste europeu prossegue, agora com alguns pequenos sinais a surgir de um possível entendimento entre russos e ucranianos.

Há duas semanas o mundo mudou, e não necessariamente para melhor. Para lá do que vier ainda a acontecer entre o cenário do apaziguamento e uma tragédia planetária, a invasão russa da Ucrânia marcou o fim oficial do mundo uniploar, herdado da queda do Muro de Berlim.

Tentativas de atropelo à legalidade eleitoral, votos anulados, balbúrdia política, instituições a desentenderem-se, eleições a terem de se repetirem em Março.

Evitar a guerra no continente europeu está a gerar uma intensa atividade diplomática. Macron encontrou-se com Putin, Olaf Scholz com Biden, Duda, o Presidente Polaco, com Xi Jining.

Uma tentativa de golps de estado na Guiné-Bissau fracassou, o que é quase uma exceção numa região onde os militares parecem estar de regresso ao poder.

Não se pode falar de política em Portugal é dia de reflexão. Falamos então deste dia livre da propaganda e das notícias políticas, no que ele apresenta de anacronismo.

Boris Johnson enfrenta um escândalo a mais: o das festas em série na sua residência oficial de 1º. Ministro britânico, numa altura em que os restantes cidadãos suportavam mortes, constrangimentos e privações.

Intimidação militar e exigências feitas, isto de um lado. O outro a considerá-las inaceitáveis e a deixar ameaças de sanções económicas nunca vistas. É com este pano de fundo que se discute a segurança na Europa entre russos e norte-americanos, paradoxalmente sem a presença inicial dos principais interessados, os europeus, uma exigência de Vladimir Putin.

Portugal está em plena agitação política. Entre debates, entrevistas, comunicados, lutas pelo controlo do poder executivo após as eleições marcadas para o final deste mês. É um tempo de promessas, de esgrima e de argumentos, de agitação de bandeiras, de propaganda e até mesmo de alguns golpes baixos.

Balanço do Ano 2021

O combate à corrupção é um dos temas centrais da Cimeira pela Democracia, um encontro virtual entre governos de diferentes países, organizado pelos EUA.