Rede Poderosa De Intrigas

No terceiro episódio da série Na Fissura, discutimos a Parte IV do livro, “Templo”. A parte funciona como um divisor de águas para Hari. Aqui, o autor, que julga ter contextualizado a guerra às drogas historicamente e ter esclarecido quem são os principais atingidos pelas medidas ostensivas e punitivas da proibição legal e da criminalização do usuário, foca e explicita o ponto que defende como causa principal da dependência em drogas e do vício. Usando como base a experiência do Rat Park, do pesquisador Bruce Alexander – que teve seus recursos cortados logo que apontados os primeiros resultados que desafiavam a convenção geral da “dependência química” –, o jornalista defende que a dependência é causada, majoritariamente, por profundos traumas aliados a um modo de vida solitário, culminando na substituição dos afetos pelo consumo exacerbado. Um círculo vicioso cada vez mais comum. Apoiado no contrassenso e na determinação de desafiar o sistema tal como é, Johann Hari busca na ciência a afirmação inequívoca par

Byung-Chul Han é um filósofo sul-coreano radicado na Alemanha. Em 2010 publicou o que viria a ser seu ensaio mais famoso e um grande alerta para esse início acelerado de século XXI, Sociedade do Cansaço. Em tempos de uberização do trabalho e de pirotecnia apontadas para o enriquecimento brutal através da iniciativa individual, o indivíduo está se tornando rapidamente escravo da própria consciência, num processo de “autoviolência” sem tamanho. Se antes vivíamos numa sociedade de controle externo; hoje os mecanismos de controle partem de cabeças colonizadas pelo mercado neoliberal selvagem através de imagens de superação e de sacrifício. Os paralelos com a realidade latino-americana são inevitáveis. Em tempos de reformas trabalhistas, desemprego elevado e recordes sucessivos nos índices de trabalho informal, mais do que nunca o ensaio do filósofo sul-coreano se mostra necessário e transgressor. A leitura mostra-se ainda mais necessária quando o documentário Indústria Americana acaba de ser laureado pela academi

No segundo episódio da série Na Fissura decidimos reunir as partes II e III e dar um salto no tempo para tratar dos efeitos da guerra às drogas hoje. Para isso, Hari continua sua peregrinação pelos EUA até chegar à fronteira com o México. Buscando racionalizar os efeitos da guerra nas pessoas comuns, as duas partes entram em contato com pessoas comuns, como nós e vocês, intimamente ligadas a essa guerra insana: Chino Hardin, ex-traficante e ativista anti-prisão em NY; Leigh Maddox, policial reformada e ativista anti-prisão em Baltimore; Rosalio Reta, ex-Zeta preso na fronteira com o México; Marcia Powell, presa por posse de maconha, foi negligenciada e morreu numa jaula, uma espécie de solitária, numa prisão para mulheres no Arizona; e outros. Hari salta de maneira brusca no tempo e seus recortes permanecem contornados pela aura dos estereótipos criados na primeira parte. Às sombras de Anslinger, Holliday e Rothstein, acompanhamos pequenas biografias cruas que se confundem com a própria história estadunidense

O carnaval já passou, fevereiro deixou suas feridas, seus amores e suas poucas leituras e estamos aqui, como sempre, falando tudo sobre nada ou nada sobre tudo! Importante:  Para mais  informações e referências sobre esse episódio, acesse nosso site www.centralredepoderosa.com.br.  O podcast Rede Poderosa de Intrigas também está no Instagram e no  Twitter como @poderosarede. Para sugestões de pauta, críticas,  parcerias, anúncios e mais, nosso e-mail é [email protected]. Esse episódio é uma produção da Central Rede Poderosa. Até a próxima!

Johann Hari é um jornalista escocês-suíço. Com uma carreira cercada por polêmicas e processos graves, decidiu parar ao menos três anos para se dedicar a um assunto que muito o tocava: a guerra às drogas. Tendo casos de dependência muito próximos e sabendo que também sempre esteve muito suscetível, Hari embarcou numa longa viagem para explicar a guerra às drogas desde a origem. Neste primeiro episódio da temporada Na Fissura, voltamos um século no tempo-espaço e nos posicionamos nos EUA, por volta de 1914. Neste ano é publicado o Harrison Act, primeiro limitador legal para a venda de opiáceos, e é quando a figura de Harry Anslinger, filho de imigrantes suecos e campesinos que ascende ao cargo de chefe do DEA (Departamento de Narcóticos dos EUA), começa a trilhar sua caminhada até a fundação e estabelecimento mundial dessa guerra interminável. Além de Anslinger, outras duas figuras são ressaltadas como estereótipos seculares da guerra: Billie Holliday, talvez o maior ícone do jazz, como o perfil de usuária negr

Dwayne Hoover é um empresário bem sucedido na cidade de Midland. É dono de uma concessionária de Pontiacs, carros para a classe média estadunidense, além de muitos outros empreendimentos espalhados pela cidade. Homem de negócios que é, Dwayne parece sucumbir a uma vida particular esfacelada. Viúvo e pai de um filho gay por quem nutre repulsa, a única válvula de escape que resta é o romance às escondidas com a sua secretária até que, com os elementos químicos ruins, tem nas mãos um romance de ficção científica que o convence de ser o único ser humano no planeta. Todos os outros são robôs. Kilgore Trout é um escritor fracassado. Escreve a mais pura ficção científica. Seus romances, contos e novelas servem para preencher revistas pornográficas, normalmente esquecidas nos fundos das bancas mais fuleiras. De repente, pelas mãos de um bilionário e seu único fã (até onde se sabe), Trout é convidado a participar de um festival de artes na cidade de Midland. Obviamente o convite só foi feito porque sabiam que havia um

Esboço é o primeiro livro de uma trilogia escrita pela canadense Rachel Cusk. Publicado no Brasil pela editora Todavia, os outros dois volumes, Transit e Kudos, ainda inéditos no país, serão lançados em 2020. O livro chega ao Brasil como parte da “trilogia que revolucionou a literatura contemporânea” e, por isso mesmo, resolvemos conferir o que o romance tem de tão especial. Faye viaja para Atenas, na Grécia, para ministrar um minicurso de escrita criativa. Recém-separada e mãe, a protagonista parece não existir fora dos papeis de gênero aos quais esteve tão acostumada e se resigna quase completamente, fazendo dos encontros durante sua viagem uma grande odisseia de vozes, um filtro de histórias, um coro grego em que muitas vozes disputam o protagonismo da narrativa sem consegui-lo. O próprio narrador sobrevive dos detalhes que Faye revela de maneira involuntária. O processo de inanição de Faye reflete na busca da própria por identidade, pelo protagonismo das narrativas que orbitam nossas vidas e joga luz sobr

Janeiro (e seus 455741) dias finalmente acabou! E com o fim de Janeiro, o que temos? B.O., é claro! Optamos por só falar de coisa boa e fizemos um apanhado do que passou por aqui nos últimos tempos. Só dica boa! Importante: sigam o Rede Poderosa de Intrigas no Instagram e no Twitter,  é só procurar por @poderosarede. E para sugestões de pauta, críticas,  mensagens de incentivo, parcerias, anúncios e mais, nosso e-mail é  [email protected]. Nosso site está saindo do forno, então se liguem no www.centralredepoderosa.com.br. Esse episódio conta com produção de Caio Lima e  Patricia Quartarollo. Arte feita por Nátali Nuss (@nuss.art). Até a próxima!

Noémia de Sousa é também chamada de “mãe da poesia moçambicana”. Sua obra poética data de um curto período de três anos, 1948 a 1951, e foi reunida em livro somente em 2001, depois de um longo e exaustivo processo de convencimento. A imagem de Noémia de Sousa cresceu à custa de publicações independentes, fotocópias, editoriais e antologias que corriam de mão em mão, potencializadas pela “poiesis do grito” que, anos depois, viria a integrar o currículo disciplinar de escolas de Moçambique, toda a África lusófona e também de Portugal. Nos 48 poemas reunidos em “Sangue Negro” encontram-se múltiplas Noémias que, para além de uma apreciação individual e multifacetada do dever poético tão comum, preferiu se dividir para escrever as ambições e dores de um povo tão maculado pela colonização portuguesa e suas consequências assombrosas. Ainda assim, Noémia, como oráculo, também delineava palavras de liberdade, de esperança e de ressarcimento do tempo de exploração imposto a sua geração e a todas as gerações antes dela.

Feliz 2020, galera! Enquanto todos estavam bêbados de cerveja choca e sidra Cereser, estávamos aqui bolando uma maneira de impedir a Terceira Guerra Mundial e de começar o ano falando de coisa boa! Bom, se o mundo não está em guerra, vocês já sabem a quem agradecer... E para começar o ano por aqui, nada melhor do falar sobre um cara mais rabugento que a gente, né? Ele mesmo: Lima Barreto. 'Diário do Hospício & O Cemitério dos Mortos' é uma obra póstuma, publicada pela primeira vez em 1953 graças aos esforços do grande Francisco de Assis Barbosa. Os manuscritos segunda e última passagem de Lima Barreto pelo hospício renderam notas estarrecedoras reunidas em forma de diário e um romance não terminado que divide opiniões até hoje. Fato é que, no manicômio, Lima Barreto teve que lidar com seus piores medos e viu de perto o poder devastador do Estado e de todos aqueles a quem sempre afrontou com sua literatura combativa e militante. Num ambiente hiper controlado, Lima documentou a realidade dos considerados lo

Acabou o ano! Então resolvemos fazer um B.O. um pouquinho diferente: chamamos 9 pessoas que amamos para dividir suas três melhores leituras em 2019 com a gente. Gostaríamos de agradecer a todos que nos acompanharam até aqui e, para quem curte esse clima festivo, um Feliz Ano Novo! Para quem não curte: aguarde a porradaria em 2020!!! Nos sigam no Twitter e no Instagram, é só caçar @poderosarede. E-mail para [email protected]. 

Chegamos ao último programa de 2019 ansiosos pelas férias e felizes por tudo o que fizemos no ano. Para celebrar esse ano tão especial, nada melhor que uma artista ainda mais especial: Patti Smith e seus quatro livros lançados por aqui até agora. A Companhia das Letras investiu pesado em 2019, e além de Só Garotos e Linha M, trouxe nesse final de ano Devoção e O Ano do Macaco (e a própria Patti, que também fez dois shows em SP na sua breve passagem por aqui). Então é isso, boas festas e se preparem: 2020 vai ser O ano! Agora com Instagram e Twitter próprios, nos sigam no @poderosarede. E-mail para [email protected].

2019 não acaba! Então beleza! Chega mais para ouvir o melhor e o pior de Novembro enquanto tentamos focar na comilança de Natal e nas promessas para 2020, certo? Corre com a gente. Lembrando que estamos nas redes sociais como @rededeintrigas e @poderosoresumao. E-mail para [email protected].

Joca Reiners Terron sempre esteve nas nossas discussões de leitura e comentários aqui no podcast, até que nesse 2019 quase-distópico ele lança "A Morte e o Meteoro" pela Todavia. Um pequeno livro com muita coisa a dizer, Joca narra, num futuro próximo (e que parece possível), a história de exílio e adaptação da tribo kaajapukugi. Amazônia destruída, os limites do homem ocidental, conspirações, rituais e uma gama incrível de assuntos assentados nas quase 120 páginas desse pequeno meteoro. Se você curte nosso trabalho, chama a gente nas redes sociais @poderosoresumao e @rededeintrigas ou manda um e-mail para [email protected], beleza? Até a próxima, galera!

Depois de muito cansaço, estresse, tristeza e perplexidade, decidimos inaugurar um quadro novo para levar umas conversas mais simples, leves e soltas. É assim que surge o "Papo sobre livros", uma série de episódios em que comentamos preferências nossas, generalidades, atualidades, notícias e o que mais der na telha, beleza? Nesse primeiro papo (levinho), falamos sobre como montamos nossas estantes, nossas descobertas como leitores, os períodos consumistas e mais!!! Confere aqui e lembrem-se: estamos nas redes sociais como @poderosoresumao e @rededeintrigas. E-mail para [email protected]. E é isso aí. Até a próxima!

Pois é, galera, feriado chegou e a gente não sabe o que fazer depois de tanto tempo sem ter um feriadinho sequer... então resolvemos soltar mais um episódio do nosso maravilhoso e querido Rede Poderosa de Intrigas e viajar lá para a República Tcheca, porque hoje o programa é sobre Karel Capek, que já escreveu de tudo um pouco na vida e sempre foi notado pelo seu senso de humor refinado e seu criticismo latente. Essas características são bem latentes no pequeno livro de pequenos contos que comentamos hoje, o "Histórias Apócrifas", onde Capek usa toda sua habilidade e argúcia para recontar ou dar nova perspectiva a momentos importantes da nossa história. Publicado pela Editora 34 (patrocina a gente, por favor), Capek ainda é pouco publicado e lido por aqui, mas fica a dica! Estamos nas redes sociais como @poderosoresumao e @rededeintrigas. E-mail para contato [email protected]. Até a próxima!

Fechamos o décimo mês de 2019 com a sensação de termos envelhecido 7 anos, não é mesmo? Mas estamos aqui, firmes e fortes, para falar o que rolou de melhor e de pior em outubro. Alerta de spoilers dos próximos episódios! E muita calma, meu povo, muita calma que o ano está acabando, beleza? Seguimos gravando e caminhando e seguindo a canção. Para entrar em contato conosco, mete bronca no e-mail [email protected] ou pelas nossas redes sociais @poderosoresumao e @rededeintrigas. Até a próxima!

"Chegamos ao fim, tá doendo sim"! Com as palavras do mestre Arlindo Cruz nos despedimos da mini-temporada do Sobre o Autoritarismo Brasileiro, livro recém-lançado pela historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, editado pela Companhia das Letras. Nos último capítulo e epílogo temos, basicamente, o balde que está prestes a entornar, cheio de intolerância. Quem sabe, aos trancos e barrancos, não tenhamos alguma esperança? Quem sabe? Nós não sabemos, mas seguimos em frente. Fica a mensagem dessa temporada desgastante: saiam da bolha, vão pra rua e fortaleçam seus laços (soquem nazis também). Até a próxima! Contato: [email protected]. 

Ian McEwan é um renomado escritor britânico, cotado ao Nobel e que gosta de explorar diferentes áreas para trabalhar seus romances. Pois bem, então o que seria de um romance que se passa numa Londres super tecnológica, em 1982 - com Alan Turing vivo, Beatles em turnê e Thatcher sofrendo sucessivas derrotas políticas -, e seu protagonista (super) excêntrico, Charlie Friend, resolvesse gastar toda a grana de sua herança num robô que conseguiria replicar a inteligência humana? Um triângulo amoroso maluco se forma entre Charlie, sua inquilina e cobiçada Miranda e o robô Adão. Querem descobrir o que achamos? Chega mais! Contato: [email protected]. 

E aí, pessoal? Nem parece, mas a série "Sobre o Autoritarismo Brasileiro" está quase no fim! Que alívio, né? Não, não chega a tanto. Mas estamos aí, conversando sobre raça e gênero, sobre as pontas que recebem esse autoritarismo "simpático" tupiniquim com o máximo de força. Calma! Calma que nem tudo é tristeza e, nesse capítulo especialmente, resolvemos trazer algumas iniciativas de projetos maravilhosos para que você se informe, siga e, se possível, também ajude. Segue os links: Se esse livro serviu para alguma coisa, foi para fazer com que olhássemos com mais carinho e atenção para as pessoas à nossa volta. Semana que vem encerramos essa odisseia brasileira! Ufa! Para sugestões, reclamações, desabafos e esporros, nosso e-mail é [email protected]. Nossas redes sociais são @poderosoresumao e @rededeintrigas.