Sinopse
o cânone em pauta
Episódios
-
O Idealismo Alemão – Luiz Repa – Marco Werle – Pedro Franceschini
18/04/2018 Duração: 51minEntrevista com Luiz Repa, Marco Werle e Pedro Franceschini para a rádio Estado da Arte - “A nossa é uma época importante, um tempo de fermentação no qual o Espírito se precipitou adiante e superou a sua antiga forma, adquirindo uma nova. Toda a massa das ideias, conceitos e vínculos do passado se dissolveram e tudo colapsa como num sonho. Uma nova emergência do Espírito está em curso”. Assim Georg Wilhelm Friedrich Hegel, no início do século XIX, descrevia o zeitgeist de sua geração.....
-
As Mil e Uma Noites – Fabiana Rubira - Mamede Jarouche - Thais de Godoy
28/03/2018Entrevista com Fabiana Rubira, Mamede Jarouche e Thais de Godoy para a Rádio Estado da Arte - Tão fabulosa quanto as estórias das Mil e Uma Noites é a história do próprio Livro. Como vários afluentes que correm para um único rio, cada um arrastando de fontes remotas suas próprias criaturas e fragmentos, o Livro justapõe experiências de tempos e espaços diversos do Oriente Médio e da Ásia profunda. A lenda da menina que conta estórias para aplacar a fúria doentia do rei, por exemplo, tem precedentes na literatura indiana desde pelo menos o século IIIo. . . .
-
Ceticismo – Adriano Machado Ribeiro - Luiz Eva - Roberto Bolzani
21/03/2018 Duração: 58minEntrevista com Adriano Machado Ribeiro, Luiz Eva e Roberto Bolzani - Rádio Estado da Arte - “É um bom exercício matutino para um cientista pesquisador” dizia Konrad Lorenz “descartar uma hipótese de estimação todos os dias antes do café da manhã”. Mas por que restringir o exercício aos cientistas? Acaso o espetáculo de mentiras no mundo e em nosso coração não nos impõe o dever diário de adicionar um tanto de ceticismo à nossa vida? Não será o melhor antídoto contra as incoerências em nossa mente e as inconsistências em nossa conduta? O ceticismo é popularmente associado à descrença e ao pessimismo. Tecnicamente, porém. . . .
-
As ‘Críticas’ de Kant – Andréa Faggion - Daniel Perez - Maurício Keinert
07/03/2018Entrevista com Andrea Faggion, Daniel Perez e Maurício Keinert - Rádio Estado da Arte - Georg Wilhelm Hegel disse em suas Lições sobre a História da Filosofia que toda grande filosofia é sua própria época exprimida em pensamento. Na auto-proclamada "Era da Razão", Immanuel Kant foi a um só tempo seu clímax e sua superação. Ninguém justificou tão completamente as ambições das ciências naturais a um conhecimento objetivo do mundo; ninguém teve tanta fé no poder da razão e por essa razão ninguém traçou com tanta determinação os seus limites; poucos amaram tanto a liberdade e, por isso, ninguém demonstrou com tanto rigor que o homem livre é aquele que se submete aos imperativos da razão. . . .
-
O Teatro do Absurdo – Fábio de Souza Andrade – Luiz Fernando Ramos – Viviane da Costa Pereira
21/02/2018Entrevista com Fábio de Souza Andrade, Luiz Fernando Ramos e Viviane da Costa Pereira - Rádio Estado da Arte - “A vida é uma mera sombra errante, um pobre ator que desfila e desfalece em sua hora no palco e depois já não é mais ouvido: é um conto contado por um idiota, cheio de som e fúria, que não significa nada”. Nos anos 50, após Auschwitz e Hiroshima, esse célebre lamento de Macbeth parecia mais preciso do que nunca. Enquanto o globo era dividido por uma cortina de ferro, um dramaturgo confessava: Jamais consegui me acostumar completamente à existência, nem à do mundo, nem à dos outros, nem, acima de tudo, à minha própria. Às vezes sinto que as formas são repentinamente esvaziadas de seu conteúdo, a realidade é irreal, palavras são ruídos despojados de qualquer sentido. . . .
-
Realismo Mágico – Ana Cecilia Olmos - João Cezar de Castro Rocha - Sergius Gonzaga
14/02/2018Entrevista com Ana Cecilia Olmos, João Cezar de Castro Rocha e Sergius Gonzaga - Rádio Estado da Arte - Os cânones literários apontam que Dom Quixote foi o primeiro romance moderno justamente ridicularizando a magia dos romances de cavalaria. Desde então o romance de costumes nos ensinou a ver a vida como ela é, sem feitiços, superstições, milagres. Ora nos conduzindo sobre grandes panoramas históricos ora por entre labirintos psicológicos, os romancistas nos abriram o mistério da realidade apesar da ausência do sobrenatural, ou melhor, justamente por causa dessa ausência, como entenderam realistas e naturalistas no século XIX. . . .
-
A Revolução Copernicana – Claudemir Tossato - Eduardo Kickhöfel - Pablo Mariconda
07/02/2018Entrevista com Claudemir Tossato, Eduardo Kickhöfel e Pablo Mariconda - Rádio Estado da Arte - Em nosso tempo há mais revoluções na terra que estrelas no céu. Noite e dia as mídias alardeiam qualquer coisa revolucionária e nossa vida atravessa suas pequenas revoluções. Mas de todas, nem as políticas foram capazes de revolucionar literalmente o mundo inteiro como a primeira, desencadeada em 1543 por um livro que trazia seu destino no nome: A Revolução das Esferas Celestes. Ironicamente, seus cálculos intrincados nada têm da rebeldia e verborragia revolucionária, e seu autor, um pacato cônego polonês, só o publicaria no último ano de vida com relutância, talvez menos pelo temor da perseguição que do ridículo. . . .
-
A “Cidade de Deus” de Agostinho – João Carlos Nogueira - Moacyr Novaes - Pedro Monticelli
31/01/2018Entrevista com João Carlos Nogueira, Moacyr Novaes e Pedro Monticelli - Rádio Estado da Arte - Santo Agostinho é não só um dos raros escritores da antiguidade consumidos popularmente em nosso tempo, mas segundo algumas estimativas é o autor mais traduzido e comentado em todo o mundo. Nascido no norte da África 300 anos após a crucificação de Cristo, quando a comunidade cristã já deixará de ser uma seita palestina perseguida e se tornara a religião hegemônica do Império romano, Aurélio Agostinho fez carreira como professor de retórica e depois bispo, conquistando uma autoridade até hoje sem par entre os chamados Padres da Igreja latina. . . .
-
Melancolia – Ivan Frias - Lilian Wurzba - Rodrigo Petronio
24/01/2018Entrevista com Ivan Frias, Lilian Wurzba e Rodrigo Petronio - Rádio Estado da Arte - Na Grécia antiga, Aristóteles (ou um discípulo) se perguntava: “Por que todos os indivíduos excepcionais, na atividade filosófica ou política, artística ou literária, têm um temperamento melancólico e atrabiliário, sendo mesmo afetados pelos estados doentios que derivam disso?”. . . .
-
Psicofármacos – André Negrão - Christian Kieling - Valentim Gentil Filho
17/01/2018Entrevista com André Negrão, Christian Kieling e Valentim Gentil Filho para a Rádio Estado da Arte - No ano de 2.540 depois de Cristo o Administrador do Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley explicava a origem da droga soma: Dois mil farmacologistas e bioquímicos foram subsidiados no ano 178 depois de Ford... Seis anos depois estava sendo produzida comercialmente. A droga perfeita... Eufórica, narcótica, agradavelmente alucinante... Todas as vantagens do cristianismo e do álcool, nenhum dos seus defeitos… Tire um feriado da realidade sempre que quiser, e volte sem tanto quanto uma dor de cabeça ou uma mitologia. . . .
-
Édipo – Adriane Duarte - Flávio de Oliveira - Lúcia Rocha
10/01/2018 Duração: 56minEntrevista com Adriane Duarte, Flávio de Oliveira e Lúcia Rocha para a Rádio Estado da Arte - Imagine descobrir que seus pais não são seus pais, que seus filhos são seus meio-irmãos, frutos de seu casamento com sua verdadeira mãe, a viúva de seu pai, que foi assassinado por você – o mesmo pai e mãe, diga-se, que tentaram matá-lo quando bebê. Seria o despertar para um pesadelo? Incesto, infanticídio, parricídio são abominações desde que o homem é homem, porém um homem veio ao mundo não só para sofrer essas calamidades, mas ainda para ver o enforcamento suicida de sua mulher-mãe e, muito depois, velho, mendicante. . . .
-
A Revolução Russa – Daniel Aarão - Bolívar Lamounier - Vinícius Müller
20/12/2017Entrevista com Daniel Aarão, Bolívar Lamounier e Vinícius Müller - Rádio Estado da Arte - O centenário da Revolução se foi sem celebração oficial. “Por que deveríamos comemorar um evento desse tipo?” disse o porta-voz do Kremlin. Mas que tipo de evento é esse? Nascido enquanto astrônomos como Copérnico revolviam o universo, o termo “revolução” debuta na política com o parlamento inglês submetendo o rei na Revolução Gloriosa e retorna com a Revolução americana celebrando a autodeterminação de sua nação e de seus cidadãos. Se essas revoluções buscavam preservar direitos políticos, a primeira a ambicionar a criação de uma nova ordem social foi a francesa. Daí em diante, “Revolução” passou a denotar planos grandiosos para transformar o mundo. . . .
-
O Estado de Bem-Estar Social – Celia Kerstenetzky - Eduardo Giannetti - Ligia Bahia
13/12/2017 Duração: 59minEntrevista com Celia Kerstenetzky, Eduardo Giannetti e Ligia Bahia para a Rádio Estado da Arte - Em meados do século XIX cerca de 25% do orçamento dos Estados nacionais era destinado a gastos militares e 5% a programas sociais. Hoje estes programas ultrapassaram 50% das despesas e um resíduo sobra às forças armadas. O Estado “militar” se transformou num Estado de “bem-estar”, e nos habituamos a pensar na seguridade social como uma conquista irreversível e cumulativa da civilização. Desde que Bismarck projetou nos anos 1880 seus programas de seguridade compulsória, até William Beveridge implementar no Reino Unido da década de 40 a proteção universal do “berço ao túmulo” contra os cinco “Males Gigantes” – “doença, ignorância, dependência, miséria e ociosidade” –, o consenso se cristalizou em torno ao Estado do Bem-estar como um mecanismo eficaz na cobertura dos riscos da vida e na promoção da justiça distributiva. . . .
-
Hannah Arendt – Celso Lafer - Cláudia Perrone-Moisés - Eduardo Jardim
06/12/2017Entrevista com Celso Lafer, Cláudia Perrone-Moisés e Eduardo Jardim na rádio Estado da Arte - Ante categorias políticas tradicionais como “conservadorismo”, “liberalismo” ou “socialismo”, o pensamento de Hannah Arendt é elusivo, mesmo desorientador. Mas o que sugere uma mente paradoxal, talvez seja mera coerência, já que para Arendt o pensamento deve nascer dos “incidentes da experiência viva”, e a sua foi atravessada pelos incidentes mais dramáticos de seu tempo. . . .
-
Os Incas – Daniela La Chioma – Eduardo Natalino – Márcia Arcuri
29/11/2017Entrevista com Daniela La Chioma, Eduardo Natalino, Márcia Arcuri para a rádio Estado da Arte - Por um automatismo compreensível porém vicioso, nosso senso comum costuma associar o povo inca aos antigos impérios eurasianos, ao Egito ou à Babilônia, na categoria das civilizações fossilizadas, imensas e milenares. Mas essa é só uma meia verdade. O império inca foi, sim, imenso; na verdade, o maior de toda a América pré-Colombiana, espalhando-se por partes do que hoje formam o Peru, Equador, Bolívia, Argentina e Chile. Quando, em 1532. . . .
-
A Capela Sistina – Gabriel Frade – Luciano Migliaccio – Luiz Marques
22/11/2017Entrevista com Gabriel Frade, Luciano Migliaccio e Luiz Marques para a Rádio Estado da Arte - Jesus Cristo é o indivíduo mais influente de toda história e a Bíblia, o livro mais lido, difundido e comentado. Estes são fatos mensuráveis quantitativa e qualitativamente pelos critérios das ciências ou quaisquer outros. A profecia feita na Mesopotâmia há 4.000 anos se realizou e hoje a descendência de Abraão é mais numerosa que as estrelas do céu nos bilhões de cristãos, muçulmanos e judeus que professam a fé no Deus de Israel. Mas ainda que a aliança de Moisés com o Povo Eleito pela Lei e a de Jesus com a humanidade pela Cruz sejam capítulos da história mais cativante de todos os tempos, seus eventos se passam em locais remotos; seus protagonistas, venham de um passado mítico, como Adão, ou de um futuro fantástico, como o Cristo apocalíptico, parecem intangíveis, difíceis de se visualizar, quase tão invisíveis quanto o próprio Deus do monoteísmo. E é possível que em nenhum outro lugar eles se aproximem tanto de n
-
Thomas Mann – Claudia Dornbusch - Marcus Mazzari - Paulo Soethe
15/11/2017 Duração: 53minEntrevista com Cláudia Dornbusch, Marcus Mazzari e Paulo Soethe - Pouco antes da Primeira Grande Guerra, um jovem alemão perdido numa nevasca a ponto de morrer congelado esvaía-se em delírios quando se percebeu acolhido numa comunidade idílica, até notar atrás de si um templo e dentro dele duas megeras seminuas devorando um bebê vivo. Despertando de sua alucinação o protagonista do romance A Montanha Mágica formulou esta máxima: “Em nome do bem e do amor, o homem jamais deveria permitir que a morte domine seus pensamentos”. . . .
-
O Infinito – Alexandre Leone – Fábio Bertato – João Cortese
08/11/2017 Duração: 47minEntrevista com A. Leone, J. Cortese e F. Bertato - “Há um conceito que corrompe e altera todos os outros. Não falo do Mal, cujo limitado império é a Ética; falo do Infinito”, assim Jorge Luis Borges iniciava sua biografia do Infinito em Otras Inquisiciones. Oscilando entre os dois extremos do caos e da indefinição, por um lado, e da plenitude e da perfeição, por outro, a visão do infinito desperta o terror e o fascínio do coração humano desde as origens. Segundo o matemático David Hilbert, “nenhuma outra questão jamais moveu tão profundamente o espírito do homem; nenhuma ideia estimulou tão frutuosamente seu intelecto; ainda assim, nenhum conceito permanece tão necessitado de esclarecimento”. . . .
-
Existencialismo – Juliano Pessanha - Vicente Sampaio - Valter José Maria Filho
01/11/2017 Duração: 46minEntrevista com Juliano Pessanha, Vicente Sampaio e Valter Maria Filho - “A partir de hoje e daqui por diante um novo épico começou na história mundial, e pode-se dizer que no momento estamos em seu início”. O psicólogo e filósofo O.F. Bollnow falava por muitos ao aplicar essas célebres palavras de Goethe sobre a batalha de Valmy a Ser e Tempo de Martin Heidegger. Com seu vocabulário singular e um estilo que oscila entre o êxtase e a exasperação, o livro mesmerizaria o pavilhão acadêmico no período entre-guerras, ao denunciar toda a metafísica ocidental, de Platão em diante, como um “grande esquecimento”, articulando pela primeira vez os temas de fundo do movimento filosófico que estava destinado a ser o mais impactante de todos no imaginário cultural do século XX. . . .
-
A Magna Carta – Eduardo Tomasevicius Filho – Maria Cristina Carmignani – Tomás Olcese
25/10/2017 Duração: 49minEntrevista com Eduardo Tomasevicius Filho, Maria Cristina Carmignani e Tomás Olcese para a Rádio Estado da Arte - "Durante a Guerra Civil inglesa, o panfleteiro ultrademocrata Richard Overton se lembraria comovido de uma das incontáveis vezes em que foi preso pelos oficiais da Coroa: enquanto arrancavam “de mim a Grande Carta das Liberdades e Direitos da Inglaterra”, gritava “assassino, assassino, assassino!” Uma geração antes, Sir Henry Spelman, membro da ala conservadora do Parlamento, descreveria a Carta como “a mais majestosa e sacrossanta âncora das liberdades inglesas”. . . .