O Assunto

O voto e o peso do agro em 2022

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Sinopse

No cinturão do agronegócio brasileiro, que atravessa os estados do Sul, passa por São Paulo, integra o Centro-Oeste e chega a porções do Norte, o resultado das urnas no primeiro turno traduziu o expressivo apoio que o setor oferece a Jair Bolsonaro. Os elementos que explicam esse fenômeno, afirma Caio Pompeia, autor do livro “Formação Política do Agronegócio”, são “em parte econômicos e em parte ideológicos”. Em conversa com Renata Lo Prete, o antropólogo e pesquisador visitante na Universidade de Oxford recorda que o “agro se beneficiou muito nos governos petistas”, mas sempre houve resistência a políticas trabalhistas, sociais, agrárias e ambientais implementadas nas gestões Lula e Dilma. A insatisfação se misturou bem à “agenda antiesquerda” promovida pelo atual presidente desde antes da chegada ao Planalto. Assim, ele atraiu para sua órbita principalmente a pecuária e a sojicultura, dois segmentos que, neste ano, se opuseram “ferozmente” aos agroempresários dispostos a dialogar com Lula. “Os líderes do se