Fumaça

Chelas City, a capital de Lisboa (Reportagem)

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Sinopse

Notícias de tiroteios, perseguições de última hora, agressões à polícia e nas escolas. É assim que Chelas é apresentada nos telejornais e nas manchetes dos jornais portugueses. Um antro de violência a menos de dez estações de metro ou 15 minutos de carro da Praça do Comércio, onde turistas queimados pelo sol bebem gins tónicos e comem petiscos “portugueses” de óculos escuros na cara. Para muita gente, Chelas é só mais um "bairro periférico”. Mas o estatuto de periferia é uma decisão política - Chelas não é mais longe da Praça do Comércio do que as Amoreiras, o Areeiro, Campo de Ourique, Campolide, Parque das Nações ou Alcântara. Ainda assim, taxistas não conduzem para o bairro, pizzarias recusam-se a levar lá comida. “Esta zona não tem entregas.”, disse-me a Telepizza quando tentava encomendar uma pizza para Chelas. "Porquê?”, perguntei. “Estas zonas geralmente são consideradas zonas... perigosas (…) Na Zona J têm de ir buscar na esquadra”. "Zonas perigosas". Quem lá vive sente esta ou outras discriminações