O Assunto

300 mil mortos: a despedida possível

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Sinopse

No momento em que o Brasil cruza essa marca terrível, familiares de vítimas da Covid-19 compartilham com O Assunto as mensagens de celular que se revelaram o derradeiro meio de contato com mães, pais e filhos isolados nas UTIs. Declarações de amor, palavras de encorajamento, diálogos sobre cenas do cotidiano, como tirar a roupa do varal e pedir pizza: tudo registrado na tela e agora convertido em última lembrança. Na outra ponta dessa correspondência estavam doentes como os que o médico intensivista Daniel Neves Forte acompanha há um ano no Hospital Sírio Libanês, onde gerencia o setor de Humanização. "É um rolo compressor. A gente está vivendo uma tragédia”, resume na entrevista a Renata Lo Prete. “Com uma carga de trabalho brutal, é fácil desumanizar: numerar os pacientes e só cuidar do corpo que está ali. Desumanizar para manter o paciente vivo, isso é muito desgastante. E se desconecta do propósito da profissão”, reflete. Forte acredita que a dificuldade de elaborar o luto nessas condições não é apenas in